Ciclistas no passeio. Desconhecimento ou não?

Talvez mesmo escrito aqui e ali ao longo das ciclovias “exclusivo” … e o sinal da bicicleta.

No outro dia com um consócio estávamos a debater o sentido dos tais sinais. Isto porque um peão me empurrou (sim! empurrou!! sorte que estava a andar mesmo devagar) argumentando que também podia andar ali (na duque de ávila). O sinal que lá está é o D7a que diz, segundo a informação aqui colocada pelo Nuro que é uma pista obrigatória para velocípedes mas a verdade é que não resulta evidente que os peões não possam lá andar. Enfim, mesmo entre ciclistas estávamos a debater o sentido rigoroso das coisas. Talvez indo com um CE de bolso a coisa fosse mais fácil mas não podemos ir por aí. Devia ser feito um pequeno esforço suplementar para ser mais intuitivo para toda a gente.

Entendo o que o Feire quer dizer. Só acho mal a aplicação do verbo “buzinar”. Sei que há quem nas bicicletas use realmente uma buzina, mais a pensar nos carros. Acho que este tipo de sons nunca deve ser usado para pessoas ou ciclistas, são sons muito agressivos. Acredito que o Freire se quisesse referir à campainha.

Em relação ao artigo 22º que o Herculano citou, posso estar enganado, mas creio existir um outro artigo que não tenho presente, que permite o uso de campainhas para alertar os outros utentes (peões inclusive) da sua presença.

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O sinal de cedência de prioridade (e não periodicidade) não tem validade neste caso. Estes sinais têm o intuito de regular as prioridades num cruzamento de veículos (e não com peões) além de que, se não estou em erro, têm de ser sempre acompanhados por sinalização vertical.

O das Docas é outro que, a meu ver, não tem qualquer validade legal pois não está contemplado em regulamento nenhum (que eu saiba). Qualquer pessoa olha para aquilo e percebe o que quer dizer, mas na prática aquele sinal não existe (além de que foi pintado à mão…).

Nos cruzamentos da Duque d´Ávila ainda podemos ir mais longe e perguntar como funciona a semaforização. É que não existem semáforos para velocípedes (excepto no cruzamento com a Av. da República). Como funciona, em termos legais, a prioridade?

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M9A - Linha de cedência de passagem com símbolo triangular
Consiste numa linha transversal descontínua e indica o local da eventual paragem, quando a sinalização vertical imponha ao condutor a cedência de passagem, esta linha pode ser reforçada pela marca no pavimento do símbolo constituído por um triângulo com a base paralela à mesma.

Ou seja, acho que nesse caso da Duque d’Ávila está “tudo mal”. Está num “cruzamento” com o passeio, tem um símbolo constituído por um triângulo com a linha de paragem contínua.

Dá-me ideia de ser aquela postura do “epah, isso é para ciclistas, mete aí qualquer coisa que diga que eles têm que parar.”

Já na nova pista ciclável da Av. Fontes Pereira de Melo é igual. Colocaram sinais de cedência de passagem na aproximação de… passadeiras para peões que passam por cima da ciclovia. Ou é burrice ou sou eu que sou muita mesquinho.

Refiro-me a buzina mesmo, daquelas que se compram na Decathlon.

São bem mais eficazes que a campainha…

Com o passar do tempo noto menos gente a passear-se pela ciclovia…

Já agora o artigo 22 encontra-se na SECÇÃO II - Sinais dos condutores, pelo que abrangem apenas os veículos automóveis.

O das Docas é vertical e está em toda a extensão da área.

Não o encontrei no código da estrada mas faz sentido onde está.

Encontrei este documento que me pareceu interessante.

http://www.ansr.pt/SegurancaRodoviaria/Publicacoes/Documents/GUIA%20CONDUTOR%20VELOCÍPEDE.pdf

Acho incorrecto que se usem buzinas quando se tratam de peões… costumo usar campainha, e geralmente funciona. Mas ainda que seja uma opinião minha, é uma infracção do CE… o que vale o que vale.

Por condutores eu entendo que se refira a pessoa que conduzam veículos, o que nos inclui a nós. Apenas tenho a sensação de que existe um outro artigo que regula as campainhas das bicicletas e lhe dá outra margem de uso, mas posso estar enganado.

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A utilização de buzinas para lembrar os peões que não devem circular na ciclovia não é contra o código da estrada.

Enquadra-se na número 2, alínea a) do artigo 22. Só é permitida a utilização de sinais sonoros: a) Em caso de perigo iminente;

No caso das buzinas os sinais sonoros são breves, o ar da buzina não dá para mais, seja com for enquanto o perigo eminente para o peão se mantiver ao não desamparar a loja eu lembro com sinais sonoros breves que ele tem de sair…

Mais complicado é quando para além de se passear pela ciclovia o faz a ouvir musica com fones em altos berros totalmente alheado ao que o rodeia…

Também não sei exatamente o que pensar. Intuitivamente com aquele simbolo no chão com o empedrado a seguir, interpreto, talvez erradamente, que devo ceder a passagem aos peões. Quando estou na pista propriamente dita penso que são os peões que têm de parar para ceder passagem às bicicletas.
Enfim, sei que nada sei excepto que as coisas deviam ser mais claras e intuitivas e que não tivessemos nós ciclistas e nós peões que andar com um CE de bolso.

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E o perigo eminente, a existir, vem de onde?

É importante lembrar que esta é uma dualidade que nós como ciclistas às vezes, inconscientemente, cometemos.
Buzinar a um peão por “perigo eminente” é como dizer que a origem do perigo de uma razia sofrida por um ciclista que circula próximo da linha que separa as faixas é ele mesmo.
Quem se encontra numa maior posição de força deve zelar pela segurança de todas as partes. Se vê um outro utilizador com um comportamento incorrecto na via pública deve-se acautelar. Em última instância, o peão não representa perigo para si, você é que representa perigo para o peão, ainda que ele é que esteja a caminhar erradamente na ciclovia!

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O perigo iminente por circular numa via dedicada aos velocípedes.

IRRA, o código proibe a circulação de peões, porque raio tanto problema em informar os peões que estão no sítio errado?

Se não formos nós a zelarmos pela nossa segurança e pela segurança deles ninguém o fará…

Ai não representam perigo?

Se passasse o que eu já passei na ciclovia da Campo Grande se calhar pensava de maneira diferente…:

Um molhe de estudantes que se lembrou de atravessar a ciclovia quando eu ia praticamente a passar sem qualquer aviso, estilo manada, não tive tempo para travar só desviar e atirar-me para o chão pois o viaduto do Campo Grande estava mesmo à bebida…

Acabei por bater com as costas no lancil do viaduto e fiquei com a recordação do incidente sempre que respirava por mais de uma semana…

Errado, se se vê alguém com um comportamento incorrecto há que chamar a atenção, caso contrário as mentalidades não mudam e continua-se sempre na mesma…

Vou continuar a “consciencializar” os peões com a minha buzina…

Há formas e formas de se comunicar com as pessoas. Só isso, é assim tão simples. Enquanto não perceber isso vai continuar a deparar-se com adversidades de toda a ordem. Gostava de saber o que lhe aconteceria se após buzinar a um doente cardíaco este caísse redondo no chão…
Eu já me assustei com buzinadelas de carros, em especial quando os passeios são pequenos, vou estar também sujeito ao mesmo se andar a pé próximo de uma ciclovia?

As pessoas que você ia atropelando no Campo Grande estão a ser integradas numa realidade que lhes é nova, não estão habituadas a conviver com bicicletas e, ainda para mais, as ciclovias foram colocadas em passeios onde sempre circularam à vontade. Enquanto não se habituarem a contar com bicicletas, não pode estar à espera que não lhe salte um peão por detrás de um ponto cego. Tem que contar com isso! Você circula com tranquilamente a uma velocidade 4x superior a um peão, a quem cabe mais responsabilidade? Fazemos referência às responsabilidades proporcionais à força e velocidade quando falamos de automóveis, e esquecemo-nos do mesmo quando falamos de peões? Não pode ser!

Nunca pensou no porquê de tipicamente as bicicletas virem equipadas com campainhas ao invés de buzinas?

Sabe o que obtém a buzinar as pessoas?
Vou-lhe dar uma pista… não é sensibilização!

Quando toco a campainha para que os peões saiam da ciclovia, eles saem, passo por eles e tenho o hábito de lhes sorrir (sorrir nestas e outras situações é uma coisa mesmo minha, quase involuntário). Muitas vezes as próprias pessoas ficam com um ar embaraçado por estarem na ciclovia e riem (em especial se forem mulheres… bom, não vou comentar eheh). Não acha muito mais agradável? Não acha que a mensagem passa com muito mais clareza num contacto mais positivo e humano?
Se lhes buzinar é claro que também saem da frente, é um som intimidatório! Mas ficam em sobressalto, e uma grande parte pensará “tudo bem que eu é que estou mal, mas o homem podia ser mais simpático”, e haverá uma barreira mais “sólida” entre o ciclista e os peões. Se quer fazer algo chegar às pessoas, não é de todo a melhor maneira.

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Nós, enquanto peões, não estamos isentos de ser a fonte do perigo maior e em alguns casos o vulnerável até pode ser o coitado que vai em equilíbrio sobre a bicicleta. Numa ciclovia basta um toque ligeiro da minha parte como peão para aleijar com gravidade quem vai montado. Não será a maioria dos casos mas a vulnerabilidade do ciclista não é de todo como a do automobilista.

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Antes de buzinar dizia ciclovia e era pura e simplesmente ignorado…

Assim desviam…

A utilização da buzina tem mesmo a função de as pessoas sentirem que têm de desamparar a loja e lembrarem-se em situações futuras que não devem circular na ciclovia, tem assim uma função pedagógica…

Na situação do Campo Grande só se circulasse a passo, ou se calhar nem isso, e ninguém circula a tal velocidade numa ciclovia à espera que apareça um qualquer peão atrás de um qualquer ponto cego…

O peão tem a responsabilidade de olhar sempre que atravessa uma ciclovia…

Se as buzinas não pudessem ser utilizadas não estariam à venda.

A sua campainha deve ser super…, quando eu tocava a campainha pura e simplesmente ignoravam…

Sim, o som da buzina geralmente remove o peão da frente e muitas vezes não voltam a seguir pela ciclovia…

Por acaso ou talvez não o número de peões que vejo a passear na ciclovia tem tendido a diminuir.

A maior parte das vezes as pessoas saem e pedem desculpa eu digo não faz mal.

A principal diferença é com a buzina, por se parecer mais à buzina dos automóveis, surte mais efeito nas pessoas ao fazê-las afastar, mas não sinto por parte delas nenhuma hostilidade pelo simples facto de usar a buzina em vez de campainha…

É verdade, mas o meu ponto, é que é o ciclista quem tem maior poder sobre a gestão da situação. Está um peão na ciclovia, posso escolher passar por ele a 25 km/h, ou passar a 12 km/h. Ou posso ainda escolher se toco a campainha, a qual ele certamente irá ouvir e sair do sítio com tranquilidade, ou tocar uma buzina, onde obtenho o mesmo resultado mas no processo prego-lhe um cagaço.

Eles com campainha não saem, ignoram, com buzina saem da frente…

@Freire olhe, comigo saem. Não sei, arranje uma campainha mais audível. Eu não estou é a ver as pessoas a quem dirige uma buzina, que vão tranquilamente seguindo na sua vida e frequentemente distraídas, mergulhas nas suas ideias ou nas suas conversas, ficarem com uma boa impressão sua, ou dos ciclistas em geral. Eu não ficaria.

Imagine que vai a pedalar pelo passeio nalguma zona onde por algum motivo não se sente seguro na estrada e não existe ciclovia, vai devagarinho, e por detrás de si vem uma pessoa a correr e lhe berra para sair da frente. Não ia preferir que a pessoa aclamasse “com licença” em vez de lhe gritar “SAIA DA FRENTE”? E mesmo assim não me parece tão mau como uma buzina… ao menos é a voz de alguém que está a falar para si/nós.

É claro que se vendem buzinas para bicicletas. Andamos na estrada, não conseguimos comunicar com os carros com uma simples campainha. Eu acho é que é surreal que ache normal lidar com peões com o mesmo dispositivo sonoro com que se lida com carros. Mas pronto.

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É verdade que pode ter, em larga medida, esse poder. Mas eu como peão negligente posso provocar danos sérios a um ciclista e é nessa medida que eu, como peão, gostava de ter maia alertas imediatos e intuitivos.

Nós aqui não nos ententemos, com rigor, quanto aos sinais, imagina um peão! Todos os dias faço a ciclovia da duque de Ávila e é o sitio onde tenho apanhado mais sustos.

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Eu antes tinha uma buzina/corneta e acho que são o ideal!

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Como a dos carros?

A que me estou a referir é uma corneta…