Porque faz sentido andar de bicicleta sem capacete

Uma análise dos dados comparativos da Austrália, entre 1993 e 2014 verifica-se que houve uma redução real na utilização da bicicleta.
E para reforçar ainda mais a ineficácia da lei de obrigatoriedade verifica-se que o nº de ciclistas que deram entrada no hospital devido a sinistralidade aumentou 9,2% entre 1990 e 2010/11 em relação ao aumento (nominal) de utilização da bicicleta.

Aliás as políticas australianas em matéria de segurança rodoviário atualmente são consideradas um falhanço a vários níveis.

http://www.cycle-helmets.com/cycling-1985-2015.html

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Ponho em questão o modo como contabilizam os utilizadores de bicicleta

Seja como for entre 1993 e 2014 houve um incremento dos utilizadores de bicicleta em 150 mil pessoas apesar da obrigatoriedade do uso do capacete…

Ao passo que o número de hospitalizações aumentou apenas 1.5 mil, note-se que os anos não são os mesmos pelo que não são comparáveis…

Seja como for em nenhuma parte do relatório está indicado que a diminuição de utilizadores de bicicleta se deveu à introdução da obrigatoriedade do uso do capacete.

Refere isso sim que a criação de infraestruturas que favoreçam a utilização de bicicleta há um incremento de aderentes substancial mesmo que haja a obrigatoriedade do uso do capacete

Agora, quantas pessoas não morreram por serem obrigadas a usar capacete? Destas quantas crianças? Quantos não sofreram ferimentos graves que deixariam sequelas para toda a vida?

Isso não serve para ser quantificado ou utilizado para avaliar a bondade de uma medida como esta?

Há que ser sério

Algumas estatísticas

http://www.helmets.org/stats.htm

Aumento de utilização da bicicleta (nominal) 1993-2013: +10,9% em 20 anos
Aumento populacional real 1993-2013: +30,9% (+5,46 milhões) em 20 anos

Redução da taxa de utilização da bicicleta real (%aumento na taxa de utilização - %aumento da população): 20%

Neste mesmo periodo houve aumentos exponenciais na maior parte, se não em todos os países da OCDE onde não existe a lei da obrigatoriedade do capacete.

Note-se que houve uma redução real da utilização da bicicleta ainda mais acentuada por parte de crianças, jovens e mulheres. Tornando as opções de mobilidade disponíveis à população ainda mais desiguais, e a via pública ainda menos inclusiva e democrática.
Ao contrário do que se verifica em Portugal, p.ex., o gender gap na Austrália está a agravar-se ainda mais, e as políticas de segurança rodoviária, e em particular a obrigatoriedade do capacete são um dos, se não o grande culpado.

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@Freire.
«where cycling is relatively unsafe, helmets will do little to make it safer and a helmet law,
under relatively extreme assumptions, may make a small positive contribution to net societal health»

http://dx.doi.org/10.1111/j.1539-6924.2011.01785.x

Até saquei o paper, e tudo, pra leres:
[email protected] (528.8 KB)

O paper aborda o assunto apenas em termos de saúde. Basicamente compara, nesse âmbito, os benefícios do capacete com os prejuízos de menor utilização da bicicleta.
Conclui q só em situações extremas, terá um balanço positivo, e pequeno, em termos de saúde pública.
Refere, ainda, que mesmo q o capacete fosse 100% efectivo, a obrigatoriedade poderia ter um impacto negativo em termos de saúde pública.

Em termos de saúde, o paper não aborda a questão da poluição dos veículos automóveis. E, menos gente a andar de bicicleta, provavelmente implica mais gente a andar de carro.
Tb não aborda a questão económica. O custo anual de um carro está avaliado em 4 salários mensais médios em Portugal. Uma pessoa q deixe de ter carro pq anda de bicicleta, ou uma família q deixe de ter um carro pelas mesmas razões, passará a ter (mais) esse dinheiro para gastos de saúde.

Saem completamente fora do âmbito do paper ainda todos os outros prejuízos ambientais, sociais e económicos de uma menor utilização da bicicleta.

Resumindo, a obrigatoriedade do uso do capacete é no mínimo um fait-divers, podendo até ter um balanço global negativo em termos de saúde pública.

Dar atenção atenção a um fait-divers é estar a desviar a atenção dos assuntos importantes em termos de segurança rodoviária. É estar a retirar a responsabilidade a quem de facto é responsável pelo risco e perigo imposto aos utilizadores de bicicleta.
É isto q posições como a tua fazem. Contribuem para q todos tenhamos menos segurança!!!

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Exacto e um deles é não fazer comentários ofensivos. Este comentário é ofensivo. Não é um insulto directo mas é uma ofensa ao tópico e a quem o começou.
Assim como não fazemos censura do comentários ofensivos como o teu, e preferimos dialogar e pedir que revejam, também não censuramos tópicos. A designação de “inqualificável” é subjectiva como concordarás.

Resumindo, o forum não aceita insultos, comentários ofensivos e conteudos de natureza semelhante.
@ruifmartins temos que preparar o “termos de utilização” pois o link está quebrado.

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Não se pode estabelecer causa efeito sobre a diminuição da utilização da bicicleta com a obrigatoriedade do uso do capacete uma vez que não se pode provar que as pessoas deixaram de usar a bicicleta por causa da obrigatoriedade do uso capacete ou devido a qualquer outra razão.

No caso australiano é bem mais plausível o envelhecimento da população e, por causa disso, a mudança de hábitos, como foi referido no trabalho.

Só através de inquéritos em que se pergunta expressamente se a obrigatoriedade do uso do capacete levou à mudança de comportamentos é que se pode inferir com algum rigor se a obrigatoriedade causou a mudança de atitude.

Sem esse questionário tudo o resto não passa de mera especulação.

Nunca vi ninguém insurgir-se com o facto de por inúmeras vezes me chamarem de troll…

Eu tenho carro e ando maioritariamente de bicicleta, porque raio é que deveria escolher deixar de ter carro?

Todos os números e estudos colocados acima não te convencem, portanto esse estudo que referes em particular também não te vai convencer. Mas existe, e, mais uma vez, reforça o facto que a obrigatoriedade do capacete impede que mais pessoas andem de bicicleta, em especial mulheres e crianças

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Apenas 15.7% indicaram que não andavam de bicicleta por causa da obrigatoriedade do capacete…

Ridículo o basqueiro que se faz por causa da obrigatoriedade do uso do capacete atendendo que evita em 70% os traumatismos cranianos

Mais ridícula foi a posição da MUBI quando houve uma acção de sensibilização para a utilização do capacete.

Há que ter noção do ridículo

os moderadores do forum devem exercer a moderação quando existam situações que contrariam os termos de utilização.
Como podem imaginar os moderadores não conseguem garantir que leiam todos os tópicos. Assim agem quando existem mensagens sinalizadas como “inapropriadas”; “spam” ou “fora de contexto”

No caso concreto da tua mensagem ela foi sinalizada por um utilizador como sendo “inapropriada”.
As que referes não foram sinalizadas.
As mensagens que tenham insultos ou comentários ofensivos devem ser sinalizadas.

@Freire:

  • O argumento mais utilizado por quem não utiliza a bicicleta para deslocações é o perigo rodoviário.
  • A sensação de perigo de quem não utiliza é superior ao perigo na realidade
  • Os benefícios para a saúde da utilização quotidiana da bicicleta são 20 vezes superior ao perigo de sinistro (já não sei se foste tu q partilhaste um artigo q dizia q não era assim tanto, mas q continuava a dizer q era superior)
  • Campanhas para a utilização do capacete passam a mensagem de q o uso utilitário da bicicleta é perigoso. Contribuem para q a sensação de perigo (q já é superior à realidade) aumente, o q origina q potenciais utilizadores de bicicleta não a adoptem como modo de deslocação (assim aconteceu na Suécia). O q leva, ou pode levar, pelo q referi no outro post, a um balanço global negativo em termos de saúde pública, e leva a menor segurança para cada ciclistas, para além de todos os outros prejuízos sociais, ambientais e económicos.
  • Campanhas desse tipo desviam a atenção da principal fonte de perigo para os ciclistas, assim como contribuem para a desresponsabilização de quem deve ser responsável pelo perigo imposto aos utilizadores de bicicleta.
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O que deve haver é campanhas para o incremento da sensibilização dos benefícios do uso da bicicleta (ao nível da saúde, da carteira e ambientais) mas sem nunca descurar o perigo real inerente ao uso da bicicleta e os benefícios do uso do capacete.

Se as coisas forem feitas com cabeça e a mensagem for bem passada não há aumento da sensação de perigo promovido por campanhas de sensibilização para o uso do capacete.

:confused:

Na Suécia, campanhas para o uso do capacete tiveram a consequência de reduzir o aumento da utilização da bicicleta.

Como referi, a sensação de perigo de quem não usa a bicicleta já é superior à realidade. Se vamos andar a falar de “use o capacete”, há-de ser com q mensagem? Não é q andar de bicicleta é perigoso? Pra q outra coisa há-de servir o capacete?

E, como disse, andar com estas coisas é tb estar a desviar o foco da fonte do perigo: q são infraestruturas rodoviárias q não inibem comportamentos de risco por parte dos veículos motorizados e são os comportamentos irresponsáveis dos condutores de automóveis. Com isto é q q as autoridades se devem preocupar se querem proteger a nossa cabeça.

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Como acabei de escrever, tudo depende do modo como as campanhas são feitas.

Se o objectivo principal da campanha for os benefícios da utilização da bicicleta numa atitude preventiva não haverá com certeza uma diminuição de utilizadores mas sim um aumento.

Engana-se, a probabilidade de resultar uma morte ou um ferido grave de um acidente de bicicleta é 4 vezes superior ao verificado se o acidente ocorrer num carro, estatísticas oficiais portuguesas…

Já toda a gente lhe disse e demonstrou que não é o que tem acontecido, não percebo porque continua a insistir em algo que está mais que provado. Vou repetir: As campanhas de promoção do capacete diminuem a quantidade de utilizadores de bicicleta. Isto aconteceu em todos os países que enveredaram por este caminho.
O que não entende?

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Leia o que escrevi.

Acções de sensibilização para a utilização da bicicleta!!!

Basta que todos os intervenientes usem capacete e haja um slogen a considerar a segurança mas sem dramatismos para que aumente o número de utilizadores e aumente igualmente o uso do capacete…

Boa João. Faça o favor de criar uma coisa dessas.

Eu vou continuar a andar sem capacete. Posso?

Penso que seria uma boa acção para a MUBI…

Percebi, o que interessa é o seu umbigo e não a segurança dos utilizadores de bicicleta…

O capacete tem outras vantagens para além de proteger em 70% de traumatismos cranianos:

Durante o Verão protege do sol ao mesmo tempo que permite a evaporação do suor ao passo que se usar um chapéu fica com a cabeça bem mais suada o que não é bom se for trabalhar além de fazer pior à saúde do cabelo…

Caso esteja a chover pode colocar uma espécie de toca transparente em cima do capacete que praticamente não se nota mas protege da chuva, como vi ontem um ciclista em Monsanto. Fica-se protegido da chuva, a cabeça não fica tão suada como acontece quando se usa vestimenta impermeável além de não ocorrer diminuição do campo de visão que ocorre se utilizar um capuz…

A MUBi defende outros valores mais abrangentes para a segurança geral dos utilizadores de bicicleta que não passam por obrigar toda a gente a usar um acessório.

Essa não é actualmente a visão da MUBi que é constituída por voluntários que usam parte do seu tempo a lutar por melhores condições de circulação de bicicleta em meio urbano.

Se acha que essa é uma boa acção, tem toda a liberdade para o fazer. Eu, enquanto voluntário da MUBi, não farei qualquer campanha promovendo essa ideia que considero descabida. Se houver quem a queira fazer (o que duvido) são livres de o fazer. Eu é que não pactuarei com ideias retrógradas e ignorantes.

Para o suor, o melhor mesmo é andar com a cabeça ao léu É o mesmo que se passa com as feridas… é deixar apanhar ar que respiram melhor. Olh’agora hã…

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